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Ocupando posição simétrica à de Joel, no
ponto de encontro dos muros que formam o parapeito de entrada do adro à esquerda,
encontra-se a estátua de Jonas. Para o mais popular dos profetas menores, Aleijadinho
reservou lugar de destaque, colocando-o junto de Daniel. A estátua de Jonas repete
o mesmo padrão tipográfico já anteriormente usado para as imagens de Jeremias,
Ezequiel, Oséias e Joel. Sua fisionomia, entretanto, apresenta traços distintos, como a
boca entreaberta com os dentes aparentes e a cabeça voltada para o alto. O vestuário de
Jonas se compõe de uma espécie de batina, com colarinho, abotoada até a citura, onde é
presa com uma faixa. O profeta traz também um manto jogado sobre o ombro esquerdo e o
habitual turbante em forma de mitra, com abas retorcidas. A estátua parece ter recebido
de Aleijadinho o mesmo cuidado especial dispensado a Daniel. Não se nota qualquer traço
indicador da intervenção do "atelier". Acham-se reunidos nessa peça dois
aspectos essenciais de seu gênio criador: a capacidade de expressão dramática que
caracteriza a visão frontal da estátua e o ornamento visível na parte posterior, onde a
silhueta sinuosa da baleia, com cauda e barbatanas, parece emergir de um chafariz rococó.
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