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Do lado oposto a Baruc, no pedestal que arremata
o muro de alinhamento central do adro, encontra-se Ezequiel, também conhecido como o
"profeta do exílio", por ter sido banido para a Babilônia com o povo de
Israel. A inscrição do filactério traduz a síntese de três etapas sucessivas da
visão do profeta: primeiramente, aparecem-lhe quatro animais alados de quatro faces cada
um, em seguida, as quatro rodas de um carro de fogo sustentando um trono de safira e,
finalmente, sobre esse trono, o próprio Deus de Israel. O tipo fisionômico de Ezequiel
é o mesmo de Jeremias. Usa bigodes e barba curta, seccionada em dois rolos frisados e
cabelos longos caindo sobre a nuca. Ao invés da túnica curta, o Profeta veste uma
túnica longa e cintada, que deixa a descoberto apenas a ponta do pé direito, Em lugar do
turbante, Ezequiel traz na cabeça um barrete com viseira presa por um laço acima da
nuca. Recobrindo toda a parte posterior da imagem, o manto é magnificamente decorado por
uma barra com desenho de volutas entrelaçadas. A escultura não parece ter sofrido
intervenção do atelier. Sua grande força de expressão revela cuidados particulares de
Aleijadinho em sua execução. Além da impressionante expressão da cabeça, destaca-se
também a significativa flexão do braço direito. |